terça-feira, 12 de junho de 2007

O papel nosso de cada dia: a história do jornal impresso e sua importância em nossos dias.


O primeiro jornal criado foi a Acta Diurna, que o imperador Augusto mandava colocar no Fórum Romano no século I de nossa era. A publicação, gravada em tábuas de pedra, havia sido fundada em 59 a.C. por ordem de Júlio César. . Ela era afixada nos espaços públicos, e trazia fatos diversos, notícias militares, obituários, crônicas esportivas, entre outros assuntos.

Johannes Guttenberg no século XV criou a prensa, que a partir do século XVIII, foi usada para imprimir jornais. O termo imprensa deriva da prensa móvel.

Nos séculos XVIII e XIX, os líderes políticos começam a usar os jornais para influenciar a população e proliferaram os jornais de facções e partidos políticos. O The Times, de Londres, começa a circular em 1785.

No século XIX, os empresários começam a usar os jornais e seu elevado potencial comercial como negócio lucrativo e surgem as primeiras publicações parecidas com os diários atuais. Nos Estados Unidos, Joseph Pulitzer e William Randolph Hearst são os criadores dos jornais destinados à venda em grande número. Em 1833, foi fundado o New York Sun que era vendido a um centavo de dólar se tornando "popular" . Já The Guardian, um dos jornais mais vendidos do Reino Unido até hoje, surge em 1821.

O Brasil demora a conhecer a imprensa, por causa da censura e da proibição de tipografias na colônia, impostas pela Coroa Portuguesa. Somente em 1808 é que surgem, quase simultaneamente, os dois primeiros jornais brasileiros: o Correio Braziliense, editado e impresso em Londres pelo exilado Hipólito da Costa; e a Gazeta do Rio de Janeiro, publicação oficial editada pela Imprensa Régia instalada no Rio de Janeiro com a transferência da Corte portuguesa.

Acompanhando a industrialização ocidental, o Japão ganha seu primeiro jornal em 1871, com o Yokohama Mainichi Shimbun (Notícias Diárias de Yokohama). Atualmente, o Japão é o país com maior índice de circulação per-capita no mundo.

Em 1848, jornais de Nova York se juntam para formar a agência Associated Press, durante a guerra dos EUA contra o México. O principal motivo da associação, na época, era contenção de custos entre os periódicos.

Em 1851, o alemão Julius Reuter funda a agência Reuters. No mesmo ano, é fundado The New York Times, o principal jornal de Nova York e até hoje um dos mais importantes nos EUA e no mundo.

Os jornais diários, além da divisão em editorias e cadernos temáticos mencionada acima, apresentam ainda outras seções de conteúdo jornalístico porém não-noticioso. Elas costumam estar distribuídas pelos cadernos ou páginas especiais.

Características e as principais divisões em um jornal:

Jornal é um meio de comunicação impressa. Tem como característica: o uso de "papel de imprensa" - mais barato e de menor qualidade que os utilizados pelas revistas -, as folhas geralmente não são grampeadas e as capas não usam papel mais grosso. Os jornais diários da chamada "grande imprensa" possuem conteúdo genérico, pois publicam notícias e informações de interesse público. Mas há também jornais diários com conteúdo especializado em economia e negócios, e outros com periodicidade semanal, quinzenal, mensal, tanto de conteúdo genêrico, como também voltados a assuntos específicos destinados a públicos segmentados.

Editorial - artigos que expressam a opinião institucional do jornal

Expediente - listagem da equipe da redação , dados de tiragem e circulação, endereços e telefones para contato, assinaturas, números atrasados, etc.

Cartas dos leitores - cartas selecionadas pela redação, comentando temas abordados

Obituário - falecimentos de personalidades

Coluna Social - notas e fotos de personalidades em festas e eventos sociais

Tempo e Clima - previsões meteorológicas

Horóscopo - previsões astrológicas

Charge - geralmente, fazem caricaturas políticas ou de personagens do noticiário

Quadrinhos - geralmente publicados em tiras de três ou quatro quadros

Classificados, Imóveis e Empregos - anúncios pequenos, geralmente pagos por indivíduos.

Você sabia que os quadrinhos estão presentes nos jornais do mundo inteiro???

O fim do jornal impresso?

Com o advento da internet a circulação da informação passou a níveis surpreendentes. Fala-se até em excesso de informação. Mas como isso poderia prejudicar um veículo de comunicação tão tradicional como o jornal impresso? Fácil resposta: a noticia on-line chega de forma mais rápida do que a que só vou receber no dia seguinte pela manhã. Os noticiários on line também me dão a oportunidade de interação com a notícia. Posso através de um espaço deixar a minha opinião a respeito do fato noticiado. E para os donos de jornais Os custos de produção e distribuição são reduzidos sensivelmente na Internet. Os artigos e reportagens podem ser complementados com informações adicionais que não teriam espaço nas edições em papel. As notícias podem ser atualizadas várias vezes durante o dia e acessadas instantaneamente por leitores em qualquer lugar do mundo. Além de todas estas vantagens, há também a possibilidade de se implantar serviços especiais, como consulta a bancos de dados com arquivos das edições passadas, classificados online, programas de busca, fóruns de discussão abertos ao público, canais de bate-papo em tempo real e muitos outros.

Assim um grupo acredita que os jornais convencionais não sobreviverão ao próximo século. Tudo será digitalizado e até a televisão, como nós a conhecemos, deixará de existir. Outros afirmam que a Internet não representa uma ameaça às publicações impressas e que nenhuma tecnologia, por mais avançada que seja, vai superar a comodidade e o conforto que um jornal ou revista em papel proporciona aos leitores.

De fato, muitas são as vantagens das publicações eletrônicas na Web. Os jornais digitais são mais interativos que os seus correspondentes impressos. Os custos de produção e distribuição, geralmente muito elevados nas publicações tradicionais, são reduzidos sensivelmente na Internet. Os artigos e reportagens podem ser complementados com informações adicionais que não teriam espaço nas edições em papel. As notícias podem ser atualizadas várias vezes durante o dia e acessadas instantaneamente por leitores em qualquer lugar do mundo. Além de todas estas vantagens, há também a possibilidade de se implantar serviços especiais, como consulta a bancos de dados com arquivos das edições passadas, classificados online, programas de busca, fóruns de discussão abertos ao público, canais de bate-papo em tempo real e muitos outros.

Embora as publicações online apresentem uma grande quantidade de atrativos e vantagens que as mídias tradicionais não dispõem, muitos jornalistas e especialistas em comunicação acreditam que o jornal em papel terá o seu lugar na era digital. Segundo Steve Outing, os jornais digitais não irão substituir as edições impressas. Mesmo que elas venham diminuir consideravelmente no futuro.

O editor chefe do jornal O Globo, Ali Khammel, tem uma opinião similar à de Steve Outing. Segundo ele, os jornais impressos ainda têm uma vida longa pela frente e o que o faz apostar nisto é a sua crença de que eles vão sobreviver porque promoverão mudanças radicais em seu conteúdo. De acordo com Khammel, os acontecimentos estão hoje cada vez mais na esfera do jornalismo televisivo e online. Aos jornais cabe a explicação, a interpretação e a análise dos fatos e dos seus efeitos. "Tradicionalmente, pela extensão de sua cobertura, os jornais sempre informaram mais do que a televisão. Trata-se de radicalizar esta postura", reforça. Khammel afirma ainda que grupos editoriais em todo o mundo estão aplicando grandes quantias de dinheiro na modernização do parque gráfico de seus jornais e isto representa uma clara evidência de que os empresários do setor continuarão a investir em seus produtos impressos ³.

Para Leo Bogart, sociólogo e consultor da Newspaper Association of America, os jornais convencionais irão sobreviver e prosperar (!) no mundo digital. Ele aponta algumas razões para isto: a primeira é o fato de que, por maior que seja a evolução das telas dos computadores no futuro (leves, portáteis, de cristal líquido), elas jamais terão a capacidade do jornal de serem dobradas ou enroladas e levadas para toda a parte. A segunda diz respeito à interface do jornal impresso, que possibilita ao leitor visualizar todas as matérias de forma rápida e eficiente, simplesmente passando as páginas.

De fato, nada se compara à praticidade e o conforto proporcionados pelas publicações impressas. Para ler um jornal ou revista através do computador, é preciso fazer um certo esforço, já que geralmente os leitores estão sentados desconfortavelmente e os atuais monitores ainda não são idealmente adequados ao sistema óptico humano. Além disso, a depender do design de navegação do site, do tráfego de dados nas infovias e da velocidade de conexão, ler uma publicação digital na Internet pode tomar bastante tempo do usuário.

Ao que tudo indica, os jornais impressos não vão desaparecer, pelo menos a médio prazo, principalmente porque eles ainda são os grandes responsáveis pela maioria esmagadora dos lucros (que não são poucos!) das companhias jornalísticas. Além disso, os jornais tradicionais podem conviver sem nenhum problema com as suas versões digitais, através de uma relação de parceria onde um pode auxiliar o outro.

Não existem, até agora, modelos definidos nem fórmulas prontas que garantam o sucesso de um empreendimento na mídia online. Há ainda muita coisa a ser explorada na Internet do ponto de vista jornalístico, mas o setor já deu passos importantes nos últimos cinco anos e algumas experiências parecem estar se consolidando como possibilidades viáveis. A criatividade e a originalidade, no entanto, continuam sendo peças chaves no desenvolvimento de novas estratégias para se ganhar dinheiro na rede. As empresas que souberem utilizar estes dois elementos, aliados à oferta de serviços úteis e de qualidade serão aquelas que estarão comemorando a decisão de terem investido na Internet.

Fonte: Guia do Jornalismo na Internet - UFBA / Imagens Google

Alunos: Elenice, Janaira, Larissy, Tasso, Fernando.

***Imagens retiradas dos sites: wikimedia.org, jornalcrpd.vilabol.uol.com.br, geocities.com/davidgueiros/27, monica.com.br/comics/tirinhas.

5 comentários:

Alunos do 1º Périodo de Jornalismo - CEULP/ULBRA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alunos do 1º Périodo de Jornalismo - CEULP/ULBRA disse...

Quando se fala em jornal impresso, é importante resssaltar as ideias de Bill Kovac e Tom Rosentiel em Os elementos do Jornalismo, quando nas décadas de 50 a 70 algumas pessoas pensaram que o jornal impresso perderia sua essência com a chegada da TV,mas no entanto ele passou a ser essencialmente jornalístico,nao deixando de lado questões rotineiras de caráter cultural e político...Parabéns pelo bom trabalho!
Cíntia Maria

Alunos do 1º Périodo de Jornalismo - CEULP/ULBRA disse...

Salve, Salve....futuros colegas comunicólogos!

PARABENIZO A TODOS PELA INICIATIVA...

Quando vocês comentam sobre a estrutura dos jornais( cadernos, páginas,colunas...)não podemos esquecer dos estudos do Professor Jaques Kayser, que criou a Ciência da Imprensa e é considerado o pioneiro dos modernos sistemas de análise da Comunicação na Europa.Ele definiu os elementos valorativos de um documento jornalístico:
Colocação da matéria, apresentação, titulação...
Através dos seus estudos é que podemos entender as primeiras páginas e a ligação com a linha editorial de cada veículo.

Maria José Alves Cotrim
2° Período / Aluna de teorias da Comunicação I

Alunos do 1º Périodo de Jornalismo - CEULP/ULBRA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alunos do 1º Périodo de Jornalismo - CEULP/ULBRA disse...

É imprescindível não falar de Hipólito José da Costa Furtado e Mendonça ao falar de jornal impresso, além de ter sido exilado como vocês retrataram também foi o primeiro jornalista que dedicou a sua vida a publicar um jornal para o Brasil . Segundo Izabel Lustosa,” Hipólito trouxe a vontade de progresso e a paixão pela liberdade”. A autora retrata o tipo de jornalismo realizado por Hipólito, caracterizado pela objetividade, livre de censuras, um jornalismo livre de controle político (grande motivo do seu exilo). O jornal tinha formato de um livro, com cerca de 100 paginas, em uma parte Hipólito incluía as “Reflexões sobre as novidades do mês”, esta era a parte mais interessante, segundo a autora, pois nela Hipólito expressava seus projetos para o Brasil, e seu posicionamento político.
Mas de 1808 para 2007, muita coisa já aconteceu, o jornalismo de ontem não é o mesmo de hoje. Além da estrutura ter evoluído muito,em relação a colocação de matérias, e como pioneiro tivemos Jacques Kayser que pertencia a Escola Francesa , onde fez um estudo dos elementos de colocação, apresentação e titulação. Mas o que realmente se modificou foi a forma de levar para a sociedade o produto jornalístico.
Mario Erbolato, relata em seu livro Técnicas e Codificações em Jornalismo, que hoje em dia a subjetividade é extremamente questionada, o produto jornalístico (informação), deve ser sempre analisado, vivemos em mundo de influências sócios, econômicas , políticas partidárias, entre outras.
Os estudos sobre o poder desse produto jornalístico, só se intensificaram com o tempo. Quando o conceito do agendamento foi exposto pela primeira vez, McCombs e Shaw 1972 apontavam uma idéia de que o poder da mídia era reduzido e limitado. “ O clássico somatório de Bernarnard Cohen (1963) do agendamento – os midia não podem nos dizer o que pensar mas são incrivelmente bem sucedidos ao dizer-nos em que pensar.”
Hoje a mídia mudou e muito como explica a teoria do agendamento, os meios de comunicação pautam nossos pensamentos, inevitável não fazer parte dele. Jornais impressos, tv, rádios, todos os meios de comunicação estão diariamente nos dizendo o que pensar. A evolução do jornalismo é cada vez mais questionada, e as teorias nos mostram cada vez mais, a importância de estar fazendo isso.



Karina Francis – acadêmica do 2º período de jornalismo/ teorias da comunicação I